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Pop art: o estilo que nunca adormece

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A Pop art surge como um movimento revolucionário, que quebrou o status quo da arte intangível as massas, trazendo-a para o contexto social de 1950 à 1960.

Divulgação

Os artistas americanos Lichtenstein, Warhol, Oldenburg, Wesselmann, Rosenquist, Robert Indiana ganharam destaque.

Na Inglaterra, os britânicos David Hockney e Peter Blake foram emblemáticos e atuaram para uma das maiores transformações depois do Dadaísmo e Impressionismo, recriando, reclassificado e ressignificado as obras de arte por duas décadas.

O que foi a Pop art?

A arte clássica possui uma aura que mantém as obras em campo quase sagrado, os quadros, pinturas e esculturas antigos são exibidos em museus e coleções, quase como algo alheio a sociedade. Em um contexto pós-guerra, a Pop art emerge nos EUA e Inglaterra como uma quebra de paradigma, pegando elementos do cotidiano, mesclando com quadrinhos e trazendo para a aura artística tornando-se uma referência à iconografia prosaica.

Sua representação é marcada pela iconografia tirada de outras mídias, artes e todas as formas de publicidade sendo apresentadas de forma enfática e objetiva, sem elogios ou condenações as fontes.

As principais características do movimento são produzir obras com um baixo custo de forma jovial e divertida para o público de massa, ou seja, totalmente o oposto das celebridades distantes. Nessa época, as tintas a óleo nas telas de galerias deram lugar a colagens feitas com revistas e anúncios.

Esse gênero representa muito mais do que um estilo de arte moderno, é um estilo de vida, um modo de olhar para a vida que teve reflexos no mundo todo.

Inspirações

As inspirações vinham de objetos comuns no cotidiano, dessa forma peças publicitárias, fotos de celebridades, histórias em quadrinhos, latas de sopa, sinais de trânsito, e hambúrgueres foram utilizados como assunto e muitas vezes foram desconstruídos de seus significados originais e fisicamente incorporados no trabalhos.

Os “armam” ou coleções acumuladas de objetos ganharam destaque, além de técnicas como colagens mescladas com pinturas e esculturas pálidas em contrastes de cores fortes.  Mas sem dúvidas essa época foi marcada por um forte uso das cores, dado ao contexto histórico norte-americano, que nesta época coincide com a chegada dos televisores a cores nas casas dos norte-americanos.

Os artistas tinham como inspiração o desejo de criar obras que assinalam o poder da era da reprodutibilidade e a efemeridade em uma sociedade extremamente consumista. Suas obras eram caracterizadas pela interpretação de todos os aspectos culturais e populares, por isso a Pop Art tem um forte impacto na vida contemporânea.

Na música os Beatles, um quarteto de jovens garotos de Liverpool e Elvis, um músico dançarino com coreografias de tirar o fôlego tomavam conta das telas, rádios e corações das jovens fãs. A beatlemania e as fãs do Elvis lotavam plateias, cadeiras de cinema e pedidos nas emissoras para ouvirem seu ídolos.

Grandes artistas da Pop Art

Andy Warhol

A figura que hoje é conhecida por suas roupas listradas, ankle boots, jaquetas de couro, óculos grandes e cabelo bagunçado não é excêntrica apenas na apresentação, foi um dos precursores de uma verdadeira revolução artística.

Quando pequeno, Warhol sofria de fortes febres devia a um problema no sistema nervoso, que o forçava a ficar de cama por dias. Nesses momentos seus companheiros eram os lápis e o rádio, por quem se encantou.

Durante a vida adulta ele começou sua carreira na publicidade, mas recebeu sucesso após começar a trabalhar com uma mescla entre arte e os anúncios. Sua obra mais conhecida é composta por 50 quadros que ilustram a Sopa Campbell de forma exatamente igual. O trabalho é uma homenagem a era da reprodutibilidade e ao sonho americano, que muitos queriam viver copiando o estilo de vida alheio.

Seu legado, que hoje é aplaudido e recriado foi um divisor de águas na época. Muitos críticos não acreditavam que suas obras mereciam ser classificadas como arte porque era muito superficial e sem estética quando comparados aos clássicos.

Eduardo Paolozzi

Paolozzi foi um escultor escocês membro-chave da vanguarda britânica da Pop Art. Sua colagem I Was a Rich Man’s Plaything foi um importante trabalho fundacional para o movimento, nela  Paolozzi mesclou elementos da cultura pop, uma capa de romance de ficção, um anúncio da Coca-Cola e um anúncio de recrutamento militar.

O trabalho exemplifica o tom ligeiramente mais sombrio da pop art britânica, que refletiu mais sobre a lacuna entre o glamour e a riqueza presentes na cultura popular americana e as dificuldades econômicas e políticas vivida pelos ingleses.

Seu uso da colagem demonstra a influência da fotomontagem surrealista e dadaísta, que ele implementou para recriar imagens experimentais para a mídia de massa com base na vida cotidiana. Como membro do Independent Group vagamente associado, Paolozzi enfatizou o impacto da tecnologia e da cultura de massa na alta arte.

Nicola L.

Nascida em Mazagan, Morocco foi uma artista multidisciplinar da Pop Art que criava esculturas lúdicas personificadas. Suas temáticas favoritas eram o feminismo, domesticidade feminina e a objetificação dos corpos.

A artista ficou conhecida mundialmente por levar a sua performance The red coat (1969) pelo mundo afora com o intuito de poder incluir todos em seu trabalho, apresentando o corpo humano como uma peça de arte conceitual.

Suas obras foram fortemente influenciadas pelos levantes sócio-políticos e manifestações dos anos 60. Nicola chegou a trabalhar com artistas brasileiros durante o Festival da Ilha de Wight, no qual conheceu Gilberto Gil e Caetano Veloso. Além de The Red Coat, a artista criou dezenas de performances improvisadas em espaços públicos.

Richard Hamilton

A colagem de Hamilton foi seminal para a evolução da Pop Art e é frequentemente citada como a primeira obra desse gênero. Seu trabalho mais famoso é apresentado em praticamente todos os guias artes, intitulada “Just What Is It That Makes Today’s Homes So Different, So Appealing?” foi criada para a exposição This is Tomorrow, na Whitechapel Gallery, em Londres, em 1956.

A imagem de Hamilton foi usada tanto no catálogo da exposição quanto nos cartazes que a publicam. A colagem ilustra Adão e Eva modernos, representados por um fisiculturista e uma dançarina burlesca cercados pelas conveniências que a vida moderna oferece, incluindo um aspirador de pó, presunto enlatado e uma televisão. 

O legado

A Pop art representou uma tentativa de retornar a uma forma de arte mais objetiva e universalmente aceitável após o domínio tanto nos Estados Unidos quanto na Europa do altamente pessoal Expressionismo Abstrato

Foi também iconoclasta, rejeitando tanto a supremacia da “alta arte” do passado quanto às pretensões de outras artes contemporâneas de vanguarda. O movimento influenciou não só as pinturas, como também a música, tv, e a atualmente a internet, por isso é comum ver releituras de clássicos da Pop art aparecendo na mídia mainstream.

No Brasil há reflexos claros disso nos trabalhos de Romero Britto, que mescla obras super coloridas, quadrinhos e recortes, além de passar pelo mesmo preconceito que os vanguardistas da Pop Art passaram, pois os críticos também dizem que seu trabalho não é arte. E para você, o que é arte?